6 de maio de 2013

; um filho , duas metades .



Andava pela Internet a ver umas coisas até que me deparei com um estudo, no ano de 2011, em Portugal houveram cerca de dezanove mil divórcios e separações. Infelizmente, fui mais uma pessoa a ter de passar por essa situação familiar, foi em 2007 quando essa noticia caiu tipo bomba na minha família, os meus pais tinham sido fracos, tinham desistido de lutar por uma relação, por uma família, tinham escolhido o caminho mais fácil, cada um para seu lado, divisão de despesas, de bens, tudo muito bem mas (...) há um filho / filha no meio, há que decidir quem fica com a criança, quem sustenta os seus gastos, tudo isso e mais alguma coisa, pois bem, é ai que tudo se complica.
Dou o meu exemplo, desde o dia em que os meus pais se decidiram separar e decidiram seguir vidas diferentes, andaram em tribunais, advogados, justiça e mais justiça cerca de 6 anos ! Seis anos em que me prejudicaram a nível emociona e psicológico, seis anos em que gastaram milhares de euros por guerras estúpidas, ora pela casa, ora pela filha, ora pelas despesas, três vidas estragadas, uma família destruída.
Toda a gente acaba por sofrer, a família por não querer ver uma separação, o marido e mulher que vem a vida em conjunto ser banida de uma vez por todas, mas o mais complicado disto tudo? É os filhos no meio desta guerra e eu falo por experiência, sei o que passei ao longo das guerras deles, o quanto eu sofri por estar no meio deles, por estar divida entre os meus próprios pais. Não sabem o que custa chegar ao fim de semana e andar de um lado para o outro, deixares de ter uma daquelas pessoas presente no teu dia a dia, não sabem o que custa passar a ver só um pai de quinze em quinze dias, no meu caso nem isso porque eu cheguei a estar afastada do meu próprio pai anos, mas sabes o que custa chegar o teu próprio aniversario e estares ao almoço num sitio e ao jantar no outro, chegar ao natal e ano novo e passares a noite com um e o dia com o outro, chegar ás ferias e teres de andar com as malas de um lado para o outro.
E quando os teus pais arranjam outras pessoas? Sabes o que dói veres outras pessoas substituírem os teus pais? Sabes o quanto te mata por dentro? Podem até me chamar egoísta, mimada, mas eu sei o que me dói ter de aceitar outras pessoas na vida dos meus pais, na minha própria vida, no meio da minha família, ainda para mais sabendo que o casamento dos meus pais acabou por os motivos mais estúpidos.
Muita gente não entende, mas é por isso que tenho como maior sonho ser mãe e construir a minha família e sabem porque? Porque quero dar aos meus filhos a família que eu não tive, a união que eu não tive. Porque farei sempre tudo o que poder para que um filho meu nunca passe por metade do que eu passei com os meus pais e ainda passo, porque só eu sei o que dói, o que custa, só eu sei o que ainda sofro, as noites em claro, as lágrimas derramadas.
Mas infelizmente é assim, é a realidade da minha vida e de muita gente ..

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